sexta-feira, 16 de março de 2007

Interferência

As feridas expostas no olhar do moribundo,
Que cultivadas por passos catárticos
São levadas lado a lado no seu destino apocalíptico

No outro lado da calçada
A água que escorre se confundindo com a sujeira da rua
Vai lavando os desejos mais imundos da senhora de expressões cansadas
Mas de repente... nesse exato instante
As linhas da palma da mão dão o sinal de esperança,
E o teu olhar me vê

Enquanto isso, o carro veloz prossegue no asfalto
Atirando o líquido do amor contagioso
Que agora atravessa a sina dos expatriados
Condenando-os a felicidade da troca

Num salto para liberdade
o pombo sujo impulsiona sua vontade observando agora
Os corações unidos

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